Há alguns dias atrás recebi um email, de um Mestre, que amigavelmente solicitava a divulgação de um candidato vinculado à “Doutrina do Amanhecer”. Cordialmente, respondi que iria refletir sobre o assunto, pois já abandonei o risco do impulso em agir de acordo com meus primeiros pensamentos. Já paguei muito caro pela minha impulsividade de tempos atrás...

Respondi assim porque tenho particular apreço pelo cidadão, e acredito em suas boas intenções. Preferi consultar minha intuição e não me deixar levar pelo impulso imediato.

No dia seguinte, navegando pelos sites e blogs de nossa Doutrina, verdadeiramente “garimpando” e filtrando tudo que é publicado, encontrei um texto que se referia a política, em um relato pessoal sobre a opinião de Tia Neiva. Li de forma desatenta, mas salvei o texto para analisar com calma, e conferir sua fidelidade e origem, hábito que mantenho diante de tudo que encontro pela internet.

Ontem é que fui parar para reler com calma... É um texto do Adjunto Otalevo, e sua origem é totalmente fidedigna. O relato das lágrimas de Tia Neiva, quase me leva às lágrimas também. Não há mais nada para acrescentar, e faço minhas as palavras deste grande instrutor, ao qual tive a felicidade de acompanhar em várias aulas de Centúria, e que só guardo boas lembranças, embora nosso contato tenha se restringido praticamente às aulas que vi e revi, dentro do curso citado.

Abaixo, o texto na íntegra, para que analisem e reflitam. Salve Deus!

Kazagrande

OS REENCONTROS E AS LEMBRANÇAS QUE SÓ O DIA DO DOUTRINADOR PROPORCIONA

Adoro o 1º de maio. Aqui, no Templo Mãe, ficamos muito tempo sem nos encontrarmos com alguns médiuns dos quais gostamos, simplesmente, por estarmos freqüentando os trabalhos em dias diferentes. Interessante como iniciamos uma conversa com um médium hoje, paramos no meio, e só a continuamos meses, às vezes anos, depois, exatamente de onde a deixamos, quando nos reencontramos. Com os mestres concentrados nos demais templos do Amanhecer isso, de ficar tempos sem ver, se agrava, dá saudades, ainda mais quando já vivemos momentos interessantes e inesquecíveis ao lado daquele mestre ou ninfa. Ficamos torcendo para eles não faltarem ao ritual do Dia do Doutrinador. Ultimamente, andava me lembrando do mestre Tavares direto, É típico dos anos eleitorais. Sabe por qual motivo?

Certa feita estava eu sentado no Radar, naquele intervalo entre o primeiro e o segundo intercâmbio, e Tavares, hoje presidente do Templo do Amanhecer de Crato – CE, encostou para uma prosa ligeira, já que ali não é lugar para se ficar de papo comprido. Eis que chega um adjunto maior (nós ainda éramos adjuntos regentes) e, prontamente, respeitando a hierarquia, lhe perguntei o que “mandava”.

Ele vinha nos convidar para participarmos da inauguração do “diretório” de um certo partido político, em sua casa, situada na rua principal do Vale, a ocorrer mais tarde. Eu e Tavares nos olhamos desconfiados, mas não polemizamos. Apenas agradecemos o convite e, após tecer alguns comentários sobre as hipotéticas vantagens de termos um núcleo partidário no Vale, o nosso politizado irmão foi embora.

O meu companheiro de Radar vinha chegando e eu e Tavares fomos relatar o convite para Tia. Quando soube, ela abaixou a cabeça e começou a chorar. Chegava a tremer. Entre grossas lágrimas, disse: - Eles estão me envergonhando perante Pai Seta Branca!

O espartano em mim logo quis se manifestar: - Deixa, Tia, que vou lá e dou um jeito nisso! Acabo com essa história rapidinho.

Ela, ainda chorando, não permitiu: - Não, meu filho. Você está no Radar e não pode se desequilibrar. Deixa que o Tavares vai, como quem não quer nada, vê o que está acontecendo e vem me contar. Mas esses homens não sabem que eu não aceito dinheiro do Governo, não deixo fazer comício aqui dentro, nem carro-de-som com propaganda de político deixo rodar aqui? Parece até que fazem só para me chatear...

Tia se referia aos avisos que nos dava sobre o envolvimento dos jaguares com a política. Tivemos muitas encarnações no poder material. Aliás, o jaguar vem à Terra, costumeiramente, em momentos relevantes do planeta, em grandes transições, e, geralmente, alguns de nós são colocados em pontos estratégicos, nos governos, donos de grandes fortunas, líderes populares, em condições de auxiliarmos a espiritualidade nos seus projetos.

Foi assim com a passagem de Jesus pelo plano físico. Encarnamos antes, durante e depois, com a missão de favorecermos o trabalho do Grande Mestre. Em vez de fazê-lo, todavia, nos encantamos com a riqueza, com o poder, com as vantagens e os prazeres que trazem, e acabamos, isso sim, atrapalhando os mentores e perseguindo os cristãos, atirando aos leões aqueles mártires que tínhamos vindo proteger.

Arrumamos carma pesado em Roma, por exemplo, por causa dessas perseguições. Os desencarnes brutais em Angical foram reajustes oriundos daquela época. Pai João, que lá tombou, junto com Mãe Tildes, Pai Zé Pedro, Mãe Zefa e outros, tinha sido o sanguinário imperador Tibério e, por sinal, acabara perseguindo e mandando matar Veleda, espírito que, séculos depois, teve a missão de proteger e orientar como um mentor, quando encarnada como Neiva Chaves Zelaya. A ataca dos prisioneiros é igual àquela usada pelos gladiadores, nos tristes momentos no Circulo Máximo do Coliseu. Mas ainda tem a história da Queda da Bastilha e tantas outras encrencas políticas na nossa velha estrada.

Como nós, os jaguares ainda encarnados, somos os mais enrolados carmicamente (os que se desenrolaram já são caboclos, pretos-velhos, e nós ainda por aqui, marcando passo e dando trabalho), entrar no padrão vibratório dos políticos representa se expor aos cobradores daquelas épocas e, pior, abrir a guarda para os falcões, uma terrível falange negra, surgida no Império Romano e “especializada” em atuar na área política. Ficamos no dizer de Tia, “sem moral para doutrinarmos aqueles espíritos”.

Ainda tem a questão do atendimento. Tia atendia a todos os políticos que a procuravam, não sendo raro ver um carro com a “chapa branca” estacionado diante da Casa Grande, altas horas, naquelas noites em que não havia Trabalho Oficial e o movimento era menor. Eles chegavam, o mais discretamente possível (até porque ela não lhes permitia o espalhafato), contavam as suas angústias e anseios, se consultavam, riam, choravam, tomavam um cafezinho, às vezes até jantavam aquela comidinha simples, mas tão gostosa, da Casa Grande, e iam embora. Dependendo do político, saia com um pedido de Tia, para arranjar um emprego para um de nós. Mas ficava nisso. Nossa mãe nos ensinou que, se tomarmos um partido, os do outro partido não virão nos procurar e falharemos com a lei-de-auxílio incondicional, que é fundamental para a nossa missão.

Não é que não possamos trabalhar para os políticos, mas mantendo a relação no campo profissional, sem nos empolgarmos demais, sem entrarmos no campo vibracional deles. Também não quer dizer que não possamos nos candidatar e, vencendo no pleito, cumprirmos mandatos, mas temos de ter a consciência do que isso, carmicamente, irá representar, dos problemas pessoais, como na saúde, na família etc., que podem surgir, como um efeito colateral, pelas nossas dívidas do passado. Simplesmente, para nós, isso é velha estrada, não é mais a nossa missão. O custo/benefício, muito provavelmente, não compensará.

Por todos esses motivos, Tia nunca permitiu, enquanto encarnada, manifestações políticas no Vale do Amanhecer. Com a Constituição de 1988 (Tia desencarnou em 1985) e o regime democrático imperando, não há como impedir o livre exercício do pluripartidarismo, da liberdade de reunião etc. Mas não há como esquecer as lições da Clarividente. Não há como ver um jaguar envolvido com a política sem sentir um aperto no coração, uma preocupação com o nosso irmão. Especialmente, não há como esquecer das lágrimas da nossa mãe. Eu e Tavares, ontem, quinta-feira, momentos antes de participarmos da terceira consagração do dia 29 de abril de 2006, na Estrela Candente do Templo Mãe do Amanhecer, nos lembramos daquela tarde quente, de um domingo tão antigo, em que tivemos que nos controlar muito, para não chorarmos também.

Espero que essa mensagem não seja interpretada como uma crítica àqueles que pensam diferentemente, ou uma afronta aos direitos fundamentais constitucionais de ninguém, algo inconcebível para um professor de Direito Constitucional, como eu. São só fatos, só emoções. Conviver com a Clarividente nem sempre era o mesmo que ouvir o que se queria, o que se esperava, o que se pretendia, sequer o que se acreditava.

Como Tia perguntava: - Caiu a carapuça?

Salve Deus!
Adjunto Otalevo

1 Comentários

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  1. Salve Deus...mais um belo texto da Tia. Ela sempre sabia o que dizer e na hora certa de dizer,gostaria de tê-la conhecido^^
    Ao meu ponto de vista um jaguar não deveria se envolver com nada em que ele tivesse a oportunidade de obter "poder",até por que sempre que isso ocorria nós nos "endividávamos" mais,foi assim no egito,assim na roma...
    Mas se assim for,seja político,mas não esqueça da humildade que a Tia tanto nos pedia não é verdade?

    Forte abraço a todos

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